domingo, 13 de junho de 2010

O merchandising exagerado na Tv


Já perceberam que hoje em dia a televisão foi tomada por
uma série de anúncios publicitários que chegam a lotar grande parte da programação? É o chamado merchandising exagerado da TV.

Antigamente, os comerciais não eram tão apelativos como hoje, eram até interessantes de se ver. Quem não se lembra dos famosos anúncios de uma marca de esponja de aço, em que o apresentador engraçado a cada nova campanha aparecia com uma fantasia diferente? Ficávamos esperando o próximo comercial para ver qual seria a nova graça da campanha. E os comerciais de brinquedos, que faziam de uma simples boneca ou um carrinho de controle remoto, a realização de um sonho, que chegavam a mexer com a nossa imaginação? Hoje em dia, dificilmente nos deparamos com esses comerciais, talvez pelo fato de as crianças não se preocuparem mais em ganhar brinquedos, mas sim celulares, computadores, MP4, Ipods, entre outros.


É óbvio que os programas em geral necessitam destes apelos publicitários para que continuem produzindo formatos de qualidade para o público, porém o excesso de anunciantes tem provocado um efeito exaustivo ao telespectador, de ficar esperando horas aqueles apresentadores que ficam “passeando” pelos diversos stands espalhados pelo estúdio, ou pelas inserções irritantes que aparecem no meio de uma novela, chegando até mesmo a compor a fala de uma personagem.


Da mesma forma que a trama das novelas contagia o público, as personagens tornam-se alvo de polêmica e desejo, de maneira geral.


O poder de manipulação em massa alertou agências de publicidade e grandes empresas para um fator único: o poder de assimilação da propaganda veiculada nas novelas, o famoso merchandising. Dessa forma, muitos produtos são veiculados sem que os consumidores se dêem conta de que o que eles estão assistindo significa uma prática publicitária, mesmo nos casos mais evidentes.


Já era corriqueiro inserir marcas e conceitos de produto durante os programas televisivos, mas a inserção contínua e desmedida de marcas durante o horário nobre vem comprometendo limites éticos e ferindo o direito do consumidor.


Basta assistir a um capítulo de uma famosa novela em horário nobre para se deparar com incontáveis propagandas, que bombardeiam incessantemente o público.


As propagandas variam do cosmético da mocinha à ração do gato, passando pelo limpador de chão e, como não lembrar, dos acessórios usados pela personagem que sempre caem no gosto do público, afinal “apareceu na TV, está na moda!”.


Quando o produto, de alguma forma, integra o perfil das personagens, acaba manipulando o consumidor que, inconscientemente, é influenciado pela marca e passa a gostar do produto sem perceber.


A questão que se levanta é: será que o consumidor está ciente de que, enquanto assiste à sua novela, é bombardeado todo o tempo com conteúdo comercial? Acredito que a maior parte não!


Mas deixando um pouco de lado esses anúncios, exibidos de forma indireta por meio de inserções em programas e filmes, existem também aqueles canais que dedicam grande parte, ou até mesmo toda a sua programação, para a venda de mercadorias, como o Polishop, Best Shop Tv, Shop Tour, Shop View, entre outros.


E quem nunca se deparou pelo menos uma vez na vida, assistindo a esses programas, e prestando atenção em todas as utilidades e vantagens que aquele produto nos oferece? E vai dizer também que nunca pensou em comprar esses produtos que parecem ser a solução para todos os seus problemas?


Pois é, esses programas realmente têm esse poder de prender o telespectador, que maravilhados com as novidades oferecidas, perdem alguns minutos ali, sonhando em um dia comprar aquilo.


Não é de hoje que a TV utiliza sua programação para a inserção de comerciais e campanhas publicitárias, mas essa prática tem atingido níveis alarmantes, que precisam ser analisados e repensados pelas grandes emissoras que se dizem sérias, pois o grande prejudicado disso acaba sendo o público, e a TV algumas vezes esquece de que não seria nada sem o público. Talvez seja esse um dos fatores da TV de hoje não ser mais a mesma de antes, e um dos grandes motivos da existência deste blog. Não querendo dizer que vivemos de passado, mas sem sombra de dúvida, a TV de hoje não chega aos pés do que era antigamente, apesar da qualidade ser inquestionável, pois é reconhecido que a TV acompanhou o desenvolvimento tecnológico, buscando sempre se aperfeiçoar em equipamentos e nos seus formatos, mas o que parece é que não existe a mesma mágica de antigamente, e isso já é percebido nos números da audiência, que caíram muito em relação aos últimos anos, mas isso já é outra história...


Gostaria de finalizar este post com uma frase que eu acredito se encaixar perfeitamente na situação atual da TV: “Na TV nada se cria, tudo se copia...”


Até a próxima gente. Obrigado.

Luis Guilherme R. Oliveira

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